Imprensa

2.10.19

Velhos e novos conhecidos entre os violentos

Vecchie e nuove conoscenze fra i violenti

Segundo Aristóteles, (Ética, livro VII) são três as 'disposições que o céu não quer': Incontinência, bestialidade louca (assim é definida a violência), e malícia. Dante as retoma tais e quais na estruturação  do inferno, muda apenas o nome (mas não o sentido) das últimas duas: violência e fraude.
Secondo Aristotele (Etica, libro VII)  tre sono le “disposizion che’l ciel non vuole”: Incontinenza, matta bestialità (così viene definita la violenza), e malizia. Dante le riprende tali e quali nella strutturazione dell’inferno; cambia solo il nome (ma non il senso), delle due ultime: violenza e frode. 

Até agora, conhecemos os incontinentes (luxuriosos, gulosos, avarentos e pródigos, irados) e uma primeira turba de violentos, os heréticos, com o 'grande' Farinata.
No sétimo círculo, guardado pelo Minotauro, encarnação da 'bestialidade louca', estamos prestes a encontrar outras quatro categorias de violentos: os tiranos sanguinolentos (violentos contra o próximo), os suicidas (violentos contra si mesmo), os blasfemadores (violentos contra Deus) e os sodomitas (violentos contra naturam - assim pelo menos eram considerados na época; hoje também, ao que parece, pela maioria dos bem pensantes, mas felizmente isto está mudando!).
Finora abbiamo conosciuto gli incontinenti (lussuriosi, golosi, avari e prodighi, iracondi), ed una prima schiera di violenti, gli eretici, con il ‘grande’ Farinata.
Nel settimo cerchio, quello custodito dal Minotauro, incarnazione della ‘matta bestialità’, stiamo per incontrare altre quattro categorie di violenti: i tiranni sanguinari (violenti contro il prossimo), i suicidi (violenti contro sé), i bestemmiatori (violenti contro Dio), ed i sodomiti (violenti contro la natura - almeno così erano ritenuti all’epoca; oggi anche, a quanto pare, dalla maggioranza dei benpensanti, ma per fortuna sta cambiando!).


“Ma ficca gli occhi a valle, che s’approccia
la riviera del sangue, in la qual bolle
qual che per violenza in altrui noccia”. (Inf., XII, 46-48)
Mas fita o vale, que leva consigo
o rio-sangue, ali onde em fervura
quem feriu por violência tem castigo.
(Jorge Wanderley)

Assim Virgílio convida Dante a continuar o desfile infernal de pecados e pecadores, logo após ter superado a ameaça do Minotauro.
Così Virgilio invita Dante a proseguire la rassegna infernale di peccati e peccatori, appena elusa la minaccia del Minotauro.

 “Oh cieca cupidigia (di sangue!) e ira folle,
che sì ci sproni ne la vita corta,
e ne l’etterna poi si mal c’immolle!” (Inf., XII, 49-51)
Ó cega cupidez, ira e loucura
que a nós nos esporeia à curta vida
e à outra imerge em dor, que eterna dura!

E lá em baixo, no sangrento borbulhar do Flegetonte, emergem as cabeças dos violentos, atingidos imediatamente pelas flechas de furiosos centauros, os míticos guardas-algozes do local, se apenas tentam emergir mais do que é permitido.
E laggiù, nel sanguigno ribollire del Flegetonte, emergono le teste dei violenti, immediatamente tempestati dai dardi dei furiosi centauri, mitici custodi-aguzzini del luogo, se solo tentano di emergere più del consentito.

“Dintorno al fosso vanno a mille a mille,
saettando qual anima si svelle
del sangue più che sua colpa sortille” (Inf., XII, 73-75)
Pelo fosso, aos milhares, em desfile,
flecham as almaslá do sangue alçadas
além das culpas em que se perfilem.

Nem todos os centauros, porém, são tão brutais. Quíron, mítico preceptor de Aquiles, que pouco antes estava para alvejar os recém chegados ("Quíron com o sulco de um dardo retoca - as barbas para trás bem apartadas. vv. 77-78 por Jorge Wanderley), é descrito como 'grande', tanto fisicamente quanto moralmente. Ele convida Nesso, outro colega, a levá-los para o outro lado do Flegetonte, após confirmar que os dois estão com 'tudo em cima'...
Non tutti i Centauri, però, sono così brutali. Chirone, mitico precettore di Achille, che qualche attimo prima stava per trafiggere i nuovi arrivati (Chiron prese uno strale, e con la cocca - fece la barba in dietro a le mascelle. Ibid, 77-78), è descritto come ‘grande’, sia fisicamente che moralmente. E questi invita Nesso, altro collega, a traghettarli di là del Flegetonte, una volta accertato che i due hanno le carte in regola …

Ao desempenhar este papel, Nesso nomeia alguns dos 'velhos' tiranos: Alexandre (não o 'Magno', mas o filho de Felipe - não de Edimburgo mas da Macedonia...); Dioniso (o de Siracusa), e dois contemporâneos: o famigerado Ezzelino III de Romano e Obizzo de Este, não menos violento que o anterior.
Nel assolvere questo compito, Nesso nomina alcuni dei ‘vecchi’ tiranni, “che dier nel sangue e nell’aver di piglio” (Ibid., 105): Alessandro (non quello ‘Magno’, ma il figlio di Filippo - non di Edimburgo, ma di Macedonia …); e poi Dioniso (quello di Siracusa), e due contemporanei: il famigerato Ezzelino III da Romano e Obizzo II d’Este, non meno violento del primo. 

Mas quem são os outros dois, que Nesso não podia nem conhecer nem nomear, que se entreolham fixamente, alucinados e dignos dos piores loucos da história e que aqui se encontram retratados no primeiro plano? Mesmo sendo dois personagens da recente história européia os amigos brasileiros não terão dificuldade em reconhece los.
Ma chi sono gli altri due, che Nesso non poteva conoscere né nominare, che si guardano fissi negli occhi allucinati e degni dei peggiori pazzi della storia, e che qui sono ritratti in primo piano?
Anche se sono due personaggi della recente storia europea, gli amici lettori brasiliani non faticheranno certo a riconoscerli.

Pode-se objetar que a América latina e outros continentes também assistiram ao nascimento de personagens similares, mas por dever de hospitalidade os dois europeíssimos autores do blog preferiram lavar em público a 'própria' roupa suja, e não a dos outros....
Si potrà obiettare che anche la Latino-america e gli altri continenti hanno visto la sciagurata nascita di personaggi siffatti, ma per dovere di ospitalità i due europeissimi autori del blog hanno preferito lavare in pubblico i ‘propri’ panni sporchi, e non quelli altrui …

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